sexta-feira, 18 de março de 2011

Uma grande aventura começa dentro de nós mesmos

Por Álvaro Nassaralla

A Felicidade não está em viver,
mas em saber viver.
Não vive mais o que mais vive,
mas o que melhor vive. 
(Mahatma Ghandi.) 


Na última aula de Pilates de solo, Toni Rodrigues nos alertou para a importância de tomarmos consciência de nossa organização corporal, comparando os padrões 60 anos atrás com os contemporâneos.

Ele disse que as pessoas eram mais formais na época da 2ª Guerra Mundial e toda a sua estruturação corporal e emocional calcava-se na rigidez muscular e na contenção dos sentimentos.

Hoje somos mais informais e por isso perdemos postura. O Pilates trabalha essa retomada sem que com isso percamos a fluidez. Pelo contrário, a atividade até incrementa nossa coordenação a fim de que nos soltemos de uma forma organizada, fluida, conectando os movimentos entre si.

O universo e o corpo humano

Hoje, ao invés da postura rígida do passado, encontramos um corpo amorfo. Daí a necessidade de fortalecer e tonificar, ou seja, contrair e expandir entrando em harmonia com o movimento do universo.

Podemos até fazer uma comparação. Da mesma forma que o universo se contrai e expande, também nosso corpo se contrai e relaxa. Essas reações de nosso corpo acontecem segundo nossos padrões de organização corporal.

O autor e pesquisador Stanley Keleman, em seu livro A Realidade Somática, nos mostra que essas formas, esses padrões corporais, são ao mesmo tempo construídos por afetos, percepções e imagens, e, simultaneamente, também são geradores destes últimos.

Keleman reforça o que dizemos da seguinte maneira: 

“Um dos padrões mais comuns hoje em dia é o de não-participação, de resistência a auto-organizar a excitação. É o chamado estilo “explosivo”, o do ator-exteriorizador. No passado, o modelo era o estilo depressivo, rígido, do indivíduo muito controlado, muito independente, muito privado, o ator-interiorizador”.

A vida como um contínuo processo de organização

Uma das coisas mais importantes que o Toni ressalta no fim das aulas é que ao invés de trazermos nossa vida para a academia, devemos levar a aula para nossa vida.

Ou seja, perceber as horas do dia em que você se contrai e relaxa, procurando se conhecer melhor, conhecer como seu corpo reage às emoções e, vice-versa, nossos padrões corporais influem nas atitudes cotidianas.

Na prática, os benefícios podem passar despercebidos, mas com o desenvolvimento dessa consciência corporal, podemos aproveitar melhor as oportunidades que a vida nos apresenta e também afastarmos o que já conhecemos como nocivo.

A organização corporal

Um ser humano harmonizado se “fecha” (contrai) quando precisa e se expande para melhor aproveitar as oportunidades, enquanto que o desarmonizado, por mais incrível que pareça, inverte essas tendências. O Pilates contribui em muito para nossa organização corporal.

Concluindo, atividade físicas conscientes como o Pilates podem contribuir com a desorganização e reorganização de nossos padrões emocionais-musculares, especialmente para um ser humano que busca transformar-se no sentido de sua auto-realização.

Para Keleman, todo esse processo é uma grande aventura individual. Fechamos com suas palavras:

“A aventura básica da vida é a maneira como uma pessoa organiza a forma de sua existência, desorganiza o que não é mais relevante, e gera novas experiências para se tornar a pessoa que ela é e não a pessoa que ela imagina ter de ser”.

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